Tratamento Cirúrgico
HERNIOPLASTIA
“A história da cirurgia das hérnias é quase tão velha como a da própria cirurgia…”
Todas as hérnias devem ser reparadas cirurgicamente, salvo as situações em que o estado geral do doente, não permita a realização do acto cirúrgico, ou que esse acto piore o prognóstico.
Existe um vasto número de técnicas cirúrgicas supostamente capazes de reparar este problema, contudo só algumas revelaram ser capazes de obter bons resultados e persistir ao longo do tempo, não obstante o continuo aperfeiçoamento técnico.
O objectivo da hernioplastia é restituir a integridade das estruturas anatómicas de modo a impedir a protusão do conteúdo abdominal.
TÉCNICAS OPERATÓRIAS
Depende dos casos e dos tipos de hérnia;
Hoje em dia a reparação cirúrgica das hérnias é sempre feita com a colocação de uma prótese
- Hernioplastia (via aberta)
- Hernioplastia (Via laparoscópica)
PRÓTESES PARA HERNIOPLASTIAS
- Representam um avanço notável nas técnicas de cirurgia de reparação da parede abdominal;
- Não são degradáveis;
- São biologicamente tolerantes;
- Não oncogenicas;
- Resistentes à infecção;
- Permanentes;
- Tem uma rápida fixação fibrinosa ao tecido adiposo;
- Estimulam o crescimento dos fibroblastos.
Existem vários tipos de próteses que variam nas suas características e formatos; são exemplos as próteses de: martex, merselene, prolene, trelex, surgipro, goretex.
ANESTESIA LOCAL
ANESTESIA LOCAL (com ou sem sedação)
A evolução da Anestesiologia nas últimas décadas permitiu que muitas das cirurgias que eram realizadas sob anestesia geral, sejam actualmente levadas a cabo sob anestesia local; as hernioplastias são um exemplo.
- É segura, simples, eficaz, económica;
- Sem os efeitos laterais inerentes à anestesia geral;
- Produz uma anestesia local prolongada (devido à infiltração local);
- Há melhor controle da dor no pós-operatório;
- Há menor risco de retenção urinária no pós-operatório;
- Possibilita que o doente tussa durante a cirurgia, e auxilie na identificação de possíveis hérnias adicionais;
- Possibilita operar o doente com contra-indicação para uma anestesia geral (doentes com história enfarte, arritmias, hipertensão…);
- A anestesia local transmite ao doente a ideia de uma cirurgia pouco traumatizante; o doente aceita melhor e mais rapidamente a cirurgia, evitando atrasos no tratamento, que podem conduzir ao encarceramento e estrangulamento da hérnia, com os resultados deletérios, já expostos.
CONTRA-INDICAÇÕES DA ANESTESIA LOCAL
- Doentes muito ansiosos;
- Doentes obesos;
- Hérnias muito volumosas em que se prevê disseções alongadas e grandes tracções;
- Hérnias recorrentes e bilaterais (discutível, devendo ser avaliado caso a caso).
Nos casos em que a anestesia local está contra-indicada, a opção recairá sobre uma técnica regional (bloqueio epidural) ou anestesia geral.
- O bloqueio segmentar epidural é uma boa opção nas hernioplastias, principalmente, bilaterais em que a duração da cirurgia não é previsível.
- A anestesia geral actualmente envolve poucos riscos; está associada a mais náuseas e à necessidade de maiores quantidades de analgésicos no pós-operatório.
RECORRÊNCIAS
As recorrências também são uma complicação da hernioplastia, embora muitos cirurgiões não os considerem como tal.
Podem ser agrupados em duas grandes categorias:
- Recorrências Precoces
- Recorrências Tardias
As Recorrências precoces são causadas geralmente por disrupção da reparação devido a tensão excessiva na região corrigida, ou a descuido do paciente no pós-operatório, que realizou esforços violentos e inapropriados.
As Recorrências tardias manifestam-se alguns anos depois da cirurgia original, serão mais reherniações em vez de recorrências, provocadas pela deteriorização dos tecidos no sitio da reparação original, ou nas áreas fora dele devido ao mesmo processo degenerativo que inicialmente deu origem à Hérnia do doente.
As recorrências associadas com a correcção Laparoscopica, ocorrem minoritariamente no primeiro ano e resultam geralmente de erros técnicos, e estão associados com uma longa curva de aprendizagem.
Na maioria das publicações a recorrência das Hérnias Inguinais directas é mais frequente, especialmente se bilaterais.POSSÍVEIS CAUSAS DE RECORRÊNCIA
- Tensão excessiva sobre a sutura
- Alterações degenerativas dos tecidos
- Técnica inadequada
- Falha no diagnostico de outras Hérnias (co-existentes)
- Co-morbilidade(obesidade, doenças respiratórias, etc.)
COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS
COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS (inerentes à técnica cirúrgica, embora raras)
As complicações inerentes às Herniorrafias, são na generalidade, raras, pouco graves e auto-limitadas.
Os Hematomas, os Seromas e as Infecções da ferida operatória, são os problemas mais comuns e geralmente respondem bem a medidas conservadoras
No entanto poderá acontecer:COMPLICAÇÕES INTRA-OPERATÓRIOS / (Peri-Operatórias)
- Hemorragia (muito pouco comum mas pode ocorrer após traumatismo vascular)
- Secção do Cordão Espermatico
- Lesão de Nervos
- Lesão da Bexiga
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
- Retenção urinaria
- Equimose escrotal
- Atrofia Testicular
- Hidrocelo
- Infecção da ferida
- Neuralgia
- Tromboembolismo
- ITU
COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS COM AS PRÓTESES (infecção, seromas…)
CONSULTAS
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